terça-feira, 15 de maio de 2012

Convite para Defesa de Tese de Doutorado Direto




O Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação convida a todos para defesa de Tese de Doutorado Direto conforme, dados abaixo: 

Autor(a): Benedito Medeiros Neto
Título da Tese 
“Avaliação dos Impactos dos Processos de Inclusão Digital e Informacional nos Usuários  de Programas  e Projetos no Brasil”.
Data: 24/05/2012 – (quinta-feira)
Horário: 08h30min
Local: Auditório da FCI
Banca Examinadora

Prof. Dr. Antonio Lisboa de Carvalho Miranda – (orientador)
Prof.ª Dra Sofia Galvão Baptista
Prof.ª Dra Isa Maria Freire
Prof.ª Dra Aurora Cuevas Cerveró
Prof.ª Dra Brasilina Passareli
Prof.ª Dra Elmira  Luzia Melo  Soares Simeão - (suplente).

Resumo
A presente Pesquisa ocupou-se com avaliação dos usuários de programas projetos de Inclusão Digital do Governo Federal utilizando-se os dados da Pesquisa Nacional de Avaliação do Programa GESAC 2009, compreendendo uma amostra de 9.224 usuários considerados incluídos digitalmente, que obtiveram alguma forma de capacitação ou treinamento em ambientes eletrônico-digitais, em uma amostra de 742 dos 3 570 Pontos GESAC - pontos de inclusão digital promovidos pelo Governo Federal seus parceiros e conveniados, conforme as políticas públicas em todo o Brasil, que ofereceram ações de alfabetização digital entre 2006 e 2008. Assim foram contemplados, entre outros, Telecentros, Laboratórios de Informática de escolas públicas, pontos de cultura e unidades militares. O estudo foi realizado em quatro partes. Na sua primeira parte, pretendeu-se avaliar a apropriação da tecnologia com base no uso de computadores e no acesso à informação por meio da Internet dos usuários  dos Pontos amostrados. Escolaridade, idade, renda familiar e acesso às TICs foram determinantes para a apropriação da tecnologia e acesso à informação. O acesso à internet disponibilizado pelo Programa foi considerado lento ou muita lento pelos  usuários dos telecentros e das escolas, sendo estes os principais pontos de acesso para o aprendizado, a comunicação virtual e o lazer. O uso da internet foi relatado por 91% dos usuários com nível superior incompleto e por 88,5% na faixa de 25 a 34 anos. Quanto à localização e acesso da informação pelo usuário, os sites de relacionamentos e mensageiros eletrônicos tiveram maior procura pelos mais jovens, sendo que 64% dos usuários estavam na faixa etária de 16 a 24 anos. Interesse em desenvolver trabalhos escolares foi referido por 65% dos usuários, em todas as faixas etárias, com comportamento semelhante nos diferentes graus de instrução.  A Pesquisa buscou avaliar os resultados da inclusão digital e a construção de indicadores que melhor representam a apropriação dos usuários após processo de Inclusão Digital.

A segunda parte da Pesquisa teve por objetivo avaliar os níveis de inclusão informacional dos usuários amostrados, com ênfase nos processos cognitivos, uso e compreensão da informação para resolução de problemas pessoais, construção do conhecimento individual e a infoinclusão. As dimensões adotadas para mensuração no estudo foram: avaliação, uso e procura da informação, e têm como fundamentação o conceito de competência informacional. Foram utilizados métodos e técnicas quantitativas, complementados com técnicas qualitativas. Os valores estimados dos indicadores para o universo dos incluídos apontam para a falta de efetividade em algumas dimensões de avaliação, indicando problemas no fluxo de informação dentro do processo de inclusão informacional.  Os participantes dos setores da indústria e do comércio eram reduzidos, indicando uma possível deficiência da política pública. Porém, havia bom contingente de agricultores devido à presença de pontos na área rural. Um indicador expressivo de infoinclusão, representado pelo número de usuários que distinguem a informação ao lerem notícias na Internet, de certa forma, retrata bem o tipo de usuário dos programas de Governo para Inclusão Digital, que são absorvedores de informações genéricas, porém apresentando poucos resultados práticos para a vida dos incluídos digitalmente.  O incentivo à criação de páginas ou blogs ainda não surtiu efeitos entre os que se julgam incluídos digitalmente.

Na terceira parte Pesquisa apresenta-se os  indicadores para a mensuração do nível de inclusão social, com base na avaliação do comportamento dos usuários, após passarem por processo de inclusão digital. A ênfase foi dada às possibilidades de compartilhamento e de produção da informação pelo usuário. Com o objetivo de medir o fenômeno da inclusão social dos usuários supostamente incluídos digitalmente, o estudo foi feito utilizando-se as respostas de usuários que passaram por processo de alfabetização digital. As dimensões de avaliação escolhidas no estudo foram: se o usuário contribui e reconhece a importância da informação, e se este sujeito investigado participa efetivamente de grupos para buscar e gerar a informação, entre os supostamente incluídos digitalmente. Os resultados mostram que o grau de escolaridade era preponderante, quando comparado com a renda, onde apenas 28,5% dos usuários com primeiro grau completo e 68,5% daqueles com curso superior completo contribuem e reconhecem a importância da informação, quando avaliado o acesso a bases referenciais em bibliotecas e bancos de dados na Internet. Observou-se que 77,3 % dos usuários com ganhos mensais de mais de 10 salários mínimos e 68,4% daqueles que recebem entre 1 (um) e 2 (dois) salários mínimos mensais compartilham a informação com sua comunidade, através da participação em listas de discussões, blogs ou por meio do “Orkut”. A Pesquisa apontou uma participação importante das mulheres (o Índice de exclusão digital DIDIX, digital divide índex,   na amostra foi de 76,3) no processo de inclusão digital, informacional e social, sugerindo que esse grupo está superando o processo de vulnerabilidade até então observado.

A quarta parte compreendeu a aplicação do modelo multivariado, quando algumas categorias de variáveis foram identificadas que permitiam detectar a influência no processo de inclusão digital, como o contexto dos participantes e sua capacidade de distribuir e produzir informações. Os fatores que determinam a inclusão digital, informacional e social  estão em constante mudança, como a posse de telefone celular, linha fixa e posse de computador em casa. Os usuários que dizem que são digitalmente incluídos foram os que acreditam que a Internet mudou suas vidas, conhecem e utilizam a Internet, participam de sites de relacionamento e têm o hábito de ler notícias na internet. Questões de escolaridade, faixa de renda e de região geográfica continuaram a ser determinantes para saber se os usuários se sintam incluídos.

Palavras-chave: Inclusão Digital;  Alfabetização Digital;  Inclusão Informacional;  Competência Informacional;  Inclusão Social; Indicadores; Modelos de Regressão Logístico; Avaliação de Programas Sociais;  Sociedade da Informação; Ciência da Informação.

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